quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Léon Czolgsz

      Num dia como o de hoje (6 de setembro), do ano de 1901, em Buffalo (estado de Nova Iorque; EUA) o anarquista individualista polaco Léon Czolgosz, dispara dois tiros de revólver ao presidente dos Estados Unidos William McKinley. 
      O presidente viria a morrer uma semana depois, a 14 de setembro.  
      Czolgosz foi condenado à pena de morte e executado nesse mesmo ano, em 29 de Outubro, na cadeira elétrica, tendo a sua execução sido na altura registada em filme pelo inventor Thomas Edison.  
      Em 31 de agosto de 1901, Czolgosz deslocou-se a Buffalo, Nova Iorque, e alugou um quarto próximo da Exposição Pan-Americana que aí decorria, no teatro conhecido como Templo da Música e que ele sabia iria ser visitado pelo presidente dos EUA.  
      No dia 6 de setembro foi à exposição com o revólver “Iver-Johnson” calibre 32 semi-automático (número de série #463344) que havia comprado no dia 2 de setembro por 4 dólares e 50 centavos. Com a arma encoberta por um lenço de bolso, Czolgosz aproximou-se da comitiva do presidente McKinley que cumprimentava o público. Czolgosz avançou e McKinley estendeu a sua mão para o cumprimentar. Czolgosz desviou-lhe a mão, empurrando-a para o lado e disparou duas vezes no peito do presidente, à queima-roupa.  
      Os membros da comitiva e o público presente imediatamente subjugaram Czolgosz, antes da intervenção da Guarda Nacional. Czolgosz foi depois espancado tão duramente que muitos pensaram que não aguentaria tempo suficiente para ser julgado.  
      Nos últimos anos da sua vida Czolgosz seria profundamente influenciado pelo pensamento de teóricos do anarquismo como Emma Goldman e Alexander Berkman, bem como pela ação direta violenta do alfaiate italiano Gaetano Bresci que um ano antes havia executado Umberto I, o monarca de seu país, com o mesmo modelo de pistola que posteriormente utilizado por Gzolgosz viria a utilizar.  
      Czolgosz nunca foi aceite em nenhum grupo anarquista, devido ao seu fanatismo e às suas intenções violentas, que demonstrava, tendo até feito com que alguns grupos suspeitassem das suas reais intenções, pensando que poderia ser um agente infiltrado do governo e lançaram avisos, considerando-o um espião.
      Antes da execução as suas últimas palavras foram:  
      «Matei o presidente porque ele era o inimigo da boa gente, dos bons trabalhadores. Não sinto remorso pelo meu crime.»  
      Após a execução uma grande quantidade de ácido sulfúrico foi atirada para dentro do seu caixão para que o corpo ficasse completamente desfigurado resultando num processo de decomposição de apenas doze horas. As cartas que escrevera e trazia consigo no momento do atentado, assim como as suas roupas foram queimadas, com o propósito de que jamais ninguém conhecesse os seus argumentos.  
      Emma Goldman também chegou a ser presa sob suspeita de estar envolvida no assassinato, sendo libertada por não haver qualquer evidência que confirmasse a suspeita. 
      O local do atentado, o Templo da Música, foi imediatamente demolido (em Novembro de 1901) e hoje é apenas visível um marco no meio da rua Fordham, num bairro residencial de Buffalo no ponto aproximado onde o evento ocorreu.  
      A arma de Czolgosz faz parte do acervo da Exposição Pan-americana da Sociedade Histórica do Condado de Erie, em Buffalo, Nova York.  
      No Chile há um grupo anarquista denominado “Forças Autónomas e Destrutivas León Czolgosz”, o qual reivindicou a autoria de dois atentados com bomba, um contra a sede da Agência Nacional de Inteligência Chilena em 28 de janeiro de 2006, e outro contra a Embaixada do Reino Unido em 15 de julho de 2007, ambos os feitos ocorreram na cidade de Santiago do Chile. 
      Em baixo podes ver o vídeo com o filme original realizado por Edison onde se apreciam os últimos momentos da execução de Czolgosz.
 

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