segunda-feira, 3 de setembro de 2012

O Maior Burlão

      Num dia como o de hoje mas de 1898 (há 114 anos) nascia o senhor Alves dos Reis, o maior burlão da história portuguesa e certamente um dos maiores do Mundo. 
      A sua grande especialidade era a falsificação e desde cedo falsificou o seu diploma de curso superior, em diversos tipos de engenharia, obtido em Oxford.  
      Comprou diversas empresas, utilizando, entre outros métodos, a emissão de cheques sem cobertura que depois até pagaria com o dinheiro da própria empresa adquirida.  
      Mas o maior dos seus feitos foi o de falsificar as notas de 500 escudos do Banco de Portugal mas de uma forma completamente inovadora, isto é, Alves dos Reis não fez notas falsas mas sim verdadeiras!  
      Verdadeiras?  
      Sim, ou verdadeiramente falsas…  
      Alves dos Reis falsificou documentos e correspondência, do e entre o Banco de Portugal e a empresa inglesa onde as notas eram fabricadas para o Banco de Portugal, conseguindo que a empresa fabricasse notas que julgava serem para o Banco de Portugal e eram afinal para ele. As notas eram verdadeiras mas encomendadas por ele.  
      Enriqueceu, comprou mais empresas e até um banco, tendo o deslize de começar a emprestar dinheiro, sem grandes exigências, como faziam outros bancos, e sempre em notas de 500 escudos. 
      Estas particularidades levaram a que os jornalistas do jornal diário (o maior da época) “O Século” investigasse, vindo-se a descobrir a fraude.  
      Tinha 28 anos e foi condenado a uma pena de 20 anos.       Durante a prisão falsificou ainda documentos e até conseguiu convencer um juiz que a própria administração do Banco de Portugal estava envolvida na fraude.  
      Diria: «Os senhores estão aqui para julgar homens e não para julgar almas”.  
      Morreu em 1955 na pobreza.  
      Em 2005 uma das suas notas (de 2,5 euros de valor facial) foi a leilão pelo preço base de licitação de 6500 euros. 

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